sábado, 29 de maio de 2010

Dom

Dom

Nuvens podem ser feitas de algodão
Fofas, brancas e lindas elas são
Lá em cima no céu ficam a pairar
Impedindo todo o Sol de brilhar

Os dragões não precisam ser moinhos
Eles cospem fogo ao invés de vento
Eu sonho agora nesse momento
Como sonhamos quando garotinhos

Somos aqueles quem queremos ser
A nossa vida é influenciada
Por nós somente, é manipulada

Os sonhos que a gente pode ter
Podem muito nos significar
Podem de nada nos adiantar

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A História de Fred.

O nome dele é Fred. Ele tem a pele rosa e olhos pretos. Ele tem uma vida muito boa. Maior parte dos dias são ensolarados na fazenda onde ele vive. Fred sempre está com os outros, brincando, rolando na grama, que faz cócegas em seu corpo. No campo ao redor de sua casa há inúmeras flores amarelas, delicadas e perfumadas. Também passa um riacho, que sempre está dispersando seu som tranqüilizante pela fazenda. De dia, os grilos grilam, e de noite, os sapos coaxam.

Fred é uma criança muito esperta. Está sempre brincando com seus amigos, tomando sol, explorando a fazenda, mergulhando nas águas refrescantes do riacho. Ele é uma criança muito curiosa, sempre descobre buracos onde se esconder, coisas novas para comer, poças de lama onde brincar. Ele também é uma criança muito humilde, sempre está próximo dos que precisam da sua ajuda, sempre está brincando com todos, nunca arranja confusões. E acima de tudo, Fred é uma criança muito feliz.

Sua família passa algumas dificuldades. Eles não têm nenhuma posse, fora uma pequena parte do território da fazenda, e para saciar sua fome, sempre dependem dos restos de alface, tomate, cenoura e arroz que dão para eles comerem.

Um dia, homens que visitavam a fazenda pegaram Fred. Colocaram-no dentro de um caminhão cheio de outras crianças iguais a ele, e depois o levaram para longe. Dentro da carreta onde Fred estava era muito escuro. E tudo fedia a suor e ferrugem. Fred estava com medo. Não sabia para onde o estavam levando. Alguns gritavam. Mas ninguém os socorria.

Quando finalmente pararam, os homens pegaram Fred e as outras crianças e levaram para dentro de uma sala toda branca, porém encardida, dentro de um prédio. O novo lugar tinha cheiro de fezes. Ninguém sabia o que estava acontecendo e todos estavam assustados. De tempos em tempos, os homens abriam a porta de novo e pegavam uma das crianças. E a cada vez que eles apareciam, todas gritavam. Ninguém queria se separar dos outros.

Até que chegou a vez de Fred. Os homens o agarraram. Ele gritou, esperneou, mas não adiantou. Eles levaram Fred para outra sala, que era muito mais assustadora. Ela tinha as paredes e o chão cheios de um líquido vermelho. Não um vermelho fosco, mas um vermelho vivo. Sangue. Fred gritava. Gritava. E gritava. Mas ninguém o socorria. Ele começou a chorar. E quando os homens o levantaram e o colocaram sobre uma mesa, ele desistiu de tudo. Sabia que não sobreviveria mais. Um terceiro homem veio com um machado imenso. Colocou bem rente ao pescoço de Fred. Fred sentiu a lâmina gelada. Então o homem levantou o machado em posição de golpe, e olhou para as lágrimas escorrendo do rosto de Fred por alguns segundos. Então, em um único golpe, ele decapitou Fred.