sábado, 6 de julho de 2013

Extremo



 
Falta de ar. Desespero. Tento respirar fundo. Tento gritar. Abro a boca, mas não sinto a pressão vinda de dentro. Olho em volta. Madeira. Um espaço terrivelmente pequeno. Começo a ficar sonolento. A guilhotina. Eu fui condenado, não era um pesadelo. Não estou dormindo. Dizem que só vou ficar consciente por mais alguns segundos. Tento respirar fundo outra vez, mas meu corpo não reage. Não estou mais com ele. O desespero se torna calmaria. Mais alguns segundos e não estarei mais pensando, nem vendo nada, nem sentindo a poça do meu próprio sangue grudando minha cabeça ao fundo desta bacia de madeira. Minha visão começa a escurecer. Tento aproveitar os últimos momentos em que consigo ver, sentir, pensar. Enquanto ainda estou vivo. Tudo está ficando escuro... E calmo...