quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
Waking from a
De primeira a gente falava sobre a vida, sobre o futuro, sobre as incertezas das nossas existências, com medo de admitir que queríamos uma vida juntos, um com o outro.
Mas agora as nossas conversas são só dentro do elevador. Que calor que está fazendo, né? Bem que podia cair uma chuvinha. E esse final de ano? Que cansaço, estou precisando de férias.
Naquela época tudo era tão colorido e cheio de vida! Parecia que as estrelas sorriam para nós, e que o arco-íris aparecia no céu só para nós alegrar. Mas hoje... Tudo está tão diferente. As coisas continuam coloridas, e muito bonitas. Só que são coloridas com cada um no seu lugar, eu longe de você. Afinal, é assim que Deus quis.
Ontem eu ia à igreja. E eu me recordei de que as coisas antigamente tinham uma beleza incrível, e que Deus criou o universo para nós, e que tudo tem um objetivo e uma função, e uma ordem, e o seu lugar na existência divina que o Senhor nos deu. Hoje eu fui à universidade. Perdi minha fé, mas continuei com a minha alma. O buraco que deus não preenchia durante a semana, agora continua vazio mesmo no domingo à noite. Um pouco menos vazio do que antes.
E amar era complicado. Era como passar calor. Mas não em qualquer lugar: é como passar calor na praia.
E eu acho que é isso. Depois eu escrevo mais se eu pensar em mais alguma coisa.
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Motivos para me matar e motivos para continuar vivo
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Meus francos pensamentos/sentimentos de agora
terça-feira, 19 de março de 2019
Queda, Fim e Livre (do experimento)

quinta-feira, 7 de março de 2019
Tem alguém
Neste momento tem alguém morrendo, e alguém nascendo
Alguém estudando para a faculdade
Alguém se divertindo com os amigos
Alguém bebendo para esquecer sua dor
Agora mesmo alguém está beijando o seu amor
Alguém está sentado com sua família na mesa, comendo
Alguém praticando o seu esporte favorito
Alguém assistindo uma série ou ouvindo música
Neste momento tem alguém desesperado
Ameaçado por outros, com medo de ser assassinado
Com uma doença terminal, esperando para morrer
Agoniado consigo mesmo, fazendo planos para se matar
Agora mesmo tem alguém dormindo, de ressaca
Alguém triste sem querer sair da cama
Entediado e sem saber o que fazer com seu tempo
Cansado depois de um dia de trabalho
Neste momento tem alguém preocupado
Sem conseguir levar comida para casa
E neste momento também tem alguém feliz
Celebrando a sua última vitória
Enquanto você lê, tem alguém relaxando em sua banheira
E também tem alguém colocando a cabeça no travesseiro
Tranquilo, com a boa sensação de dever cumprido
E também tem alguém espreguiçando em uma rede
E enquanto você me lê, tem alguém na rua
Desanimado demais para lutar por qualquer coisa
Mas não desesperado o suficiente para se matar
E também tem aqueles que estão surtando em paranoia
Tem muita gente que está só se distraindo no facebook
Tem gente contemplando a beleza de ver, escutar, sentir
E gente se deliciando enquanto aproveita o sexo
E gente sozinha, mas feliz de qualquer forma
Neste momento, tem gente passando por tudo
Por todo tipo de alegria e de tristeza
E você é só mais um
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Um náufrago em meio à tempestade
Às vezes eu tenho a impressão de que eu estou à deriva no mundo. Como se a vida fosse um náufrago em meio à tempestade agarrado aos destroços de seu navio. Posso até lutar, e vou conseguir nadar um pouco, mas jamais vou sair da tempestade por esforço próprio. No final, viver não é como uma missão de um herói nos filmes, em que eu mudo o mundo ao meu redor para alcançar meus objetivos. Pelo contrário, meus objetivos têm que se adequar aos destroços que sobraram para a minha vida, para não se tornarem um grande mar de frustrações.
Às vezes fico pensando se vale a pena ficar traçando objetivos e tentando chegar a algum lugar. Simplesmente não me parece sensato ficar me preocupando com grandes sonhos que nunca vou realizar e que eu logo esquecerei. Me parece melhor somente viver, levando adiante aquilo que eu já tenho. Afinal, olhando para trás, quantas foram as vezes que eu fantasiei algo que estava longe demais das minhas capacidades para que eu pudesse alcançar?
Não me interprete mal: não estou falando das nossas lutas do dia a dia, como o esforço extra a gente faz e os riscos que corremos para ganhar um dinheiro extra. É lógico que ter objetivos e tentar ter uma vida melhor é importante. Mas até onde essa luta é justificável, e a partir de que ponto ela se torna somente fantasia? Porque, sinceramente, mentiu quem disse que "quem acredita sempre alcança". Existem sonhos que são inatingíveis independentemente do quanto se esforce. A grande questão é: como as pessoas fazem para lidar com isso? Para saberem até onde o seu esforço é justificável e a partir de que ponto ele se torna vão?