sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma Palavra

Feliz Natal!


Natal é uma comemoração simbólica do nascimento de Jesus Cristo. Para a maioria das pessoas, o Natal é um dia para se passar com a família. Muitas pessoas consideram sua família a coisa mais importante que existe. Muito lindo, mas eu não escreveria um texto sobre isso.

Desculpem-me por só postar um único texto esse mês, e tão tarde assim. Mas não estive inspirado nos últimos dias.

Eu até tenho vários temas os quais quero escrever sobre. Só que não tive inspiração. É difícil falar sobre inspiração. Pois, algumas vezes, ela vem de uma música que eu ouço. Eu fico em um estado de espírito que me faz pensar como se eu estivesse passando pelo que quero escrever. Como, por exemplo, quando escrevi o texto “Simbolismo Negro”, estava ouvindo a música “Animal I Have Become” de Three Days Grace. Outras vezes, eu não concordo com uma música e escrevo algo para contradizer o que ela me faz sentir, como aconteceu com o texto “O Príncipe na Armadura Reluzente”, quando eu ouvi a música “Cannon” de Johann Pachelbel. Quando não é uma música que me inspira, é alguma coisa que alguém me conta, ou então uma imagem que eu vejo, ou o texto de outra pessoa.

O que aconteceu esse mês foi que eu não estava apto a me colocar no lugar de alguém. Estava muito preocupado com meus próprios planos e objetivos. Eu tenho várias ideias para textos prontas, mas não consigo me colocar dentro delas. E viver eu mesmo o que escrevo é o que faz com que meus textos fiquem belos e não os deixa cansativos. Pois, se eu escrevo algo como se eu estivesse vivendo isso, quem lê acaba também se identificando com o personagem.

Esse texto de hoje mesmo, Autopsicometeorologia, por exemplo: Já o tinha concebido em Novembro, quando uma conhecida minha (uma ex-namorada do meu primo) veio a falecer nas mesmas circunstâncias. Eu tive uma música que me inspirou a começar a escrevê-lo, “Everytime it Rains”, de Charlotte Martin. Só que acabei me cansando. Estava com outras coisas em mente e elas estavam me atrapalhando. O texto não estava ficando bom. Fiquei um mês sem inspiração para mexer nele. Mas hoje, ao passar o dia com meu primo, me lembrei muito dela. Como eu já estava meio deprimido nos últimos 3 dias, consegui dar continuidade no texto.

Uma coisa interessante sobre mim é que eu só escrevo quando estou deprimido. Eu geralmente só consigo expressar pela escrita sentimentos ruins, escrever sobre coisas boas é difícil para mim. Todas as minhas tentativas de textos felizes ficaram chatos.

Quando eu digo que estou deprimido, não é uma depressão profunda, de chorar e cortar os pulsos. Eu só fico parcialmente desencantado com tudo. Fico quieto, parado, preguiçoso, não vejo graça em dar continuidade no que fazia antes. E aí, fico observando o mundo. Analisar o relacionamento das pessoas faz com que eu me coloque no lugar delas. É isso que me deixa inspirado.

Eu poderia até descartar minhas aulas de filosofia e sociologia, uma vez que eu já tinha formado minha opinião a respeito de todos os conceitos que o professor passou, nesses dias em que estou meio deprimido. Realidade, Percepção, Objetivos, Certo, Errado, todo o básico que se aprende em uma aula de filosofia e sociologia, é possível raciocinar a respeito sem a ajuda de ninguém, só ponderando sobre os fatos que nos cercam no nosso dia-a-dia.

Quando eu fico inspirado, eu praticamente me desligo da minha própria vida. Esqueço o que estava fazendo, os meus objetivos, os meus planos, tudo. Realmente, eu viajo para outro mundo, me coloco no lugar de outra pessoa. Sofro um pouco do mesmo que os outros sofrem. E fico irritado com o fato de tantas pessoas nunca fazerem isso. Só ficarem atrás de seus próprios objetivos, de sua própria vida, acham que tudo é perfeito e nunca olham para o lado. Rejeitam-se a aceitar o que acontece a sua volta. São cegos, alheios aos outros. É por isso que eu escrevo. Eu gosto e quero que todas as pessoas que se consideram perfeitas, sofram com o que acontece aos demais.

Sei que meus textos são insuficientes para fazer qualquer diferença na vida de maioria das pessoas. Muitos os consideram somente lazer. Não raciocinam sobre as críticas que explicito nem ponderam sobre o que acontece às pessoas a sua volta. Sei que não adianta querer mandar no que as pessoas vão entender. Cada um tem um entendimento único a respeito de tudo na vida. Mas eu gostaria que as pessoas ao menos se tornassem mais humildes e menos ignorantes, a ponto de, ao lerem meus textos, apreciá-los da mesma forma que eu os aprecio quando os escrevo.


Atenciosamente,

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